Materiais reciclados na construção civil valem a pena? Confira este comparativo de custo e desempenho

Semyonova Solpav
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Paulo Twiaschor aponta que materiais reciclados oferecem bom desempenho com redução de custos na construção civil.

Materiais reciclados surgem no início deste texto como protagonistas na busca por obras mais sustentáveis. Segundo o entendedor de engenharia Paulo Twiaschor, o reaproveitamento de resíduos pode reduzir impactos ambientais sem comprometer a qualidade estrutural. 

Dessa forma, a adoção desses insumos tem crescido nos canteiros de grandes centros urbanos, impulsionada por políticas de economia circular e pela demanda de investidores por projetos de baixo carbono. Interessado em saber mais? Continue a leitura para descobrir como comparar preço e desempenho e, assim, decidir quando utilizar esses materiais na sua obra.

Como avaliar o custo-benefício dos materiais reciclados?

Avaliar o custo-benefício de materiais reciclados vai além do preço por metro quadrado. De acordo com o executivo Paulo Twiaschor, é preciso considerar fatores como vida útil, manutenção, logística reversa e possíveis ganhos fiscais ligados a certificações verdes. Além disso, incentivos públicos, como IPTU Verde e créditos de carbono, podem reduzir o desembolso total do projeto. 

Comparar custo e qualidade mostra que usar materiais reciclados na obra vale a pena, destaca Paulo Twiaschor.
Comparar custo e qualidade mostra que usar materiais reciclados na obra vale a pena, destaca Paulo Twiaschor.

Dessa maneira, quando a construtora calcula o ciclo de vida completo, incluindo descarte e reposição, a vantagem financeira tende a aparecer claramente. Afinal, tijolos ecológicos, por exemplo, consomem menos argamassa e aceleram o cronograma, diminuindo custos indiretos.

Quais materiais reciclados entregam melhor desempenho?

Blocos de concreto com agregado reciclado, telhas de PET e madeiras de reflorestamento recompostas são alguns exemplos que já apresentam resistência similar a alternativas convencionais. Em ensaios de compressão, blocos com até 30% de entulho triturado alcançam índices superiores a 5 MPa, nível suficiente para alvenaria estrutural de prédios de médio porte. Além disso, painéis OSB produzidos com aparas de madeira atendem às exigências de isolamento acústico previstas em normas brasileiras, demonstrando desempenho compatível.

Outro ponto relevante é a durabilidade, como comenta Paulo Twiaschor. De acordo com relatórios técnicos, pigmentos naturais e aditivos orgânicos aplicados em revestimentos de borracha reciclada garantem resistência à radiação UV por mais de 15 anos. Para edifícios em regiões costeiras, esse dado é crucial para evitar manutenções recorrentes. Inclusive, a performance térmica também melhora: telhas de plástico reciclado podem reduzir a temperatura interna em até 4 °C, contribuindo para menor consumo de ar-condicionado.

Principais materiais reciclados e suas vantagens

Alguns insumos reaproveitados se destacam por unir resistência, leveza e viabilidade econômica:

  • Tijolos de solo-cimento com entulho: menor consumo de argamassa, boa resistência mecânica.

  • Concreto com escória de alto-forno: emissões de CO₂ reduzidas em até 40%, maior durabilidade em ambientes agressivos.

  • Fibras de PET em argamassas: aumento da tenacidade e diminuição de fissuras.

  • Asfalto borracha: melhor aderência e vida útil ampliada em vias urbanas.

  • Painéis de drywall com papel reciclado: leveza, rapidez de instalação e aproveitamento de resíduos de celulose.

Entretanto, mesmo com vantagens claras, é fundamental confirmar a conformidade com normas técnicas, realizar ensaios laboratoriais e avaliar a disponibilidade regional desses produtos, conforme pontua o conhecedor Paulo Twiaschor. Após a implementação, gestores relatam queda nos indicadores de desperdício e maior satisfação de clientes preocupados com sustentabilidade.

Desempenho x custo no longo prazo

De acordo com o entendedor de engenharia Paulo Twiaschor, a análise de longo prazo deve considerar gastos de manutenção, consumo energético e valor de revenda do imóvel. Projetos certificados (LEED, AQUA-HQE ou EDGE) costumam ter maior valorização no mercado, atraindo investidores institucionais. Aliás, edifícios que utilizam concreto com adição de resíduos industriais revelam queda de até 25% nos custos de reparo em lajes e fachadas após dez anos.

No quesito consumo energético, isolantes fabricados a partir de fibras vegetais reciclam CO₂ durante o cultivo e reduzem as trocas térmicas na edificação. Isso gera contas de energia até 15% menores, especialmente em climas quentes. Logo, quando esses benefícios são descontados do investimento inicial, o payback normalmente ocorre entre 3 e 7 anos.

Veja por que os reciclados compensam

Em última análise, materiais reciclados, quando bem especificados, entregam desempenho técnico comparável ou superior a alternativas tradicionais, reduzem impactos ambientais e oferecem ganhos financeiros ao longo do ciclo de vida da construção. Desse modo, com incentivos fiscais e certificações verdes, a conta fecha ainda mais rápido. Então, se sua obra precisa equilibrar qualidade, economia e responsabilidade socioambiental, considere integrar essas soluções desde a fase de projeto.

Autor: Semyonova Solpav

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